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quinta-feira, 29 de março de 2012

POEMA - “Oh! Comadre Mari- Benta”

Como vai,


Oh! Comadre Mari-Benta


Como tem passado!?


Eu bem muito obrigado.



E você anda rija


Como a lama


Ou não!?


Não me diga


Que queria ir para a cama!?



Isto é que é uma vida


Mais pequena


Que comprida.


É tarde!?


Não “mo lo” diga.


Viesse mais cedo


Oh, ainda queria


Ser uma esbelta rapariga!?



Talvez uma cachopa


Para não ser rapaz


E ir para a tropa!?


Ou quer que lhe dê


Com uma mão lorpa e morta


Porque o pior cego


É aquele que não vê


E fica sentado “á” porta…



Olá menina Deolinda.


Olá graciosa


Donzela.


Olha-me para ela


Toda vaidosa


A espreitar da janela.



Como vai o seu marido!?


Como está a senhora!?


Não deixe o olhar perdido


Conquanto vai-se a hora…


Vá fazer as migas


Não se queda vá embora


Deixe para as raparigas


A eira e as espigas


Mais… “las” barbas de milho


O resto mande às malvas


E o restante prás ortigas.



Viva menina Deo linda


Deusa das Deusas de aquém


Ande depressa e bem


Corra e fuja da gente


Não fique por cá mais alguém.



Que lengalenga sem chatice


Que indumentaria alegre


Foi o Tony que o disse.


É só para a minha mãe


A mais ninguém serve.



(Tributo a um primo de minha mãe. Por quem ela hoje chora e se veste de luto.)


ALBERTO DE CANAVEZES