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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

POEMA - dEUS eNDEUZADO

Eu sou o tudo e o nada


O pouco que de um bastante


É coisa nenhuma.


Eu estou na míngua herdada


Da fraqueza da força inusitada.


Eu sou o tudo e o nada


O louco que de um instante


É loisa alguma…


Eu vou de língua afiada


Da franqueza da orça julgada!




Para muitos, eu sou um, merdas


Um naco de lixo.


Um passador de mistelas e ervas


Verbais sem siso...


Um tipo sem sabor, dom e regras.


As quais tem riso.




Não vivo no céu, nem perto do paraíso


São o recibo de um réu, de que preciso.




O deus do deus, menor "um endeusado"


Que de um outro, tem que ter cuidado.




Atirem-me pérolas.


Arremessem-me bolotas


Agarrem-me em bétulas.


Não fujam das minhas botas…


Cobardes… tristes abéculas


Venham ter comigo, que eu não vos sigo


Eu estou sozinho, quero libar um vizinho...


ALBERTO DE CANAVEZES