VISITAS

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

POEMA - Pacto entre a alma e o corpo.

O passarinho do honrar meigo e triste.


Voava em espiral, em voos eminentes


Suportando a vanidade, nunca desiste.


Esvoaça. Fulgura. Aurora intermitente.


Prenunciou que teimoso e forte resiste


Sem norte. Sem destino… Esvoaçante.


Descansou. Olhou-me e declamou-me:


- Tu és amigo o negrume, mas errante


Da alvura do nosso destino que assiste


Ao resumo de uma sebenta preenchida


Que lutando na morte dá valor há vida.


O nosso feto não está nas minhas asas


Nem tão pouco na denúncia das brasas


Que acendes ao som das tuas palavras.


Anda passeia comigo, liberta a tua alma


Deixa o teu corpo e abate-o com calma.



O passarinho do honrar meigo e triste.


Esqueceu-se de um nada e uma coisa


Que não sou de descalçar um desígnio


E que o meu espírito… é a minha loisa


Aonde escrevo e apago a tal cidadania


Que me dá sossego para depois iniciar


O seu convite em troca da minha vida.



Nascer só para morrer… É um perjúrio


É ser covarde. Ser encapoto… um facto


Nasci para viver. Pão que não… abjuro


Vivendo com a alma e corpo esse pacto.


… … … … … …


ALBERTO DE CANAVEZES