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sábado, 28 de janeiro de 2012

POEMA - SOU UM POETA DE MÃO CHEIA.

Sim. Sou um poeta de mão cheia.


Diz-me Cunhado. Diz-me irmão…


- Sou, ou não sou um poeta?


- Sei, ou não sei inventar?


- Sei ser gente e menino!


Sim. Sou um poeta de mão cheia.


Eu sei meu Pai. Eu vi os teus ossos…


Peguei neles. Senti os teus abraços…


Sou um homem peregrino


Não uso a tuas botas


Mas usos os meus sapatos


Nos teus passos…


E em cada pé uma meia.


Num uivar de lua cheia.



Rústicos e rústicas…


Com as vossas vestes e túnicas


Vão às bruxas.


Fiéis amigas…


Elas não me fazem mal


Porque as suas razões


Não são as mascaras


Que certas bestas


Usam no carnaval…


Sou eu em mim.


Amada Mãe.


Não tenhas medo.


Reza ao teu Deus


Eu digo ao meu Jesus


Qual o nosso segredo…


ALBERTO DE CANAVEZES