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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia 24 antes do Natal.

Este mês pode nos sugerir apreciar 2011 anos da actividade dos seres humanos num contexto de história como de uma vida individual se tratasse. Dá-se o registo da nossa presença através do nascimento. Somos crianças no aperfeiçoamento dos cinco sentidos… Vivemos a puberdade das invenções onde predominam, a irreverência, o instinto e redescoberta do nosso corpo e espaço. A idade do comprometimento, da liderança, da escalada na procura de alicerces, do procriar… E finalmente, do declínio e desaparecimento físico… Equívocos que se podem desfraldar como uma bandeira sem hino nem música. O mesmo que dizer sem pátria mas com território.




Nós temos o péssimo sentido proporcional de adjudicarmos adornos a feitos ou acontecimentos que definem na história das civilizações momentos ímpares de desvio e de circunspecção. Vivemos de estereótipos bacocos e fugazes. Vivemos na estética das coisas em detrimento do seu conteúdo. Vivemos arreigados a comodismos que colidem no seu intermédio com as novas tecnologias. É como tivéssemos uma cabeça visível um tronco, bacia e pernas invisíveis e outra vez os pés visíveis.




Falta-nos personalidade para incorporar o que fica entre o que se pensa e o que se caminha. Esta sociedade globalizada está mal definida. Mal estruturada. Previamente mal cicatrizada e genericamente impulsiva. Reage a estímulos económicos por equações complexas e marginais. Nunca no mundo houve a noção de se sentir a sua pulsação como hoje. Em segundos conseguimos saber o que se passa debaixo dos nossos pés. Não nos podemos esquecer que o Planeta Terra é redondo. E entre o espaço que eles ocupam temos olhos para ver o que se passa até ao ponto que equivale a sua reportação. De todos os lados e ângulos. Assistimos a desmesuradas bóias de bolsas de interesses cooperativistas… Equivalente ao que a Igreja Católica fez… desde os tempos das cruzadas, do renascimento… aos crimes dos Bórgias, ao “pactuar” com o extermínio dos Judeus… … nunca o nome de Deus deu origem a tantas mortes “abençoadas”. Pensava ser a detentora da verdade absoluta e de todo o organograma do humanismo. Até que apareceu Karol Wojtyla (João Paulo II) e o seu ecumenismo. A tolerância de saber viver com os nossos defeitos e virtudes, através de um diálogo sem omissões, e de esperança de um futuro melhor entre todos os caminhos que preconizam o aperfeiçoamento humano em todas as correntes do pensamento. Desde os ateus, agnósticos e crentes… Existem vários caminhos para encontrar a verdade. Não de fazer a verdade. E neste mundo de exponenciais desigualdades. Demonstra-se a intransigência primária do preconceito, do egocentrismo, do individualismo, da ignomínia da indiferença. Com 2011 anos o mundo já devia ter mais juízo, ponderação, justiça social, respeito e abertura para congregar o universo do seu coração – as pessoas – numa igualdade quase equitativa. Mas não há bela sem senão o Mundo só gira… quem lhe propõe vida somos nós, as pessoas. A diversidade da sua génese… que é sermos diferentes na igualdade, está a colocar – se no patamar de constituirmos um mundo obtuso e mais figurante que participante. Digladiamos com as fontes da natureza a avareza de escravizar outros seres humanos. Somos escravos de instituições que criamos que depois lhe perdemos os freios. O sector económico é como uma sanguessuga, não tem rosto definido mas tem face e voz nos que prejudica… os impostos são as penas que políticos corruptos e sem escrúpulos não cumprem mas nos infligem como preito da suas habilidades atléticas sem possuírem regras de jogo e as consequentes acções disciplinares… Regredimos muitos anos no futuro que deveríamos viver com equidade e progredimos muitos anos para um passado que nos leva ao inicio da corrida. Temos que ser indignados na excelência da co-responsabilização nunca alienados na sua aplicação. Esse é o nosso designo. Temos que efectuar uma análise crítica e pacificamente expressar que não pactuamos mais com este conceito democrático, que quem aplica o sermão e a sua praxe, fica incólume e nós é que temos reembolsar em dois tons: dinheiro e sacrifícios. Não podemos consentir que uma Assembleia possua um grupo que se imponha contra coimas para aqueles que se fermentam no enriquecimento ilícito… que suporte indivíduos de índole duvidosa encobertos pela impunidade. Não podemos permitir que exista uma classe quase imaculada, que julga a torto e a direito sem que por isso não deva responder pelas suas decisões. Assistimos que pelo mesmo crime se invoquem atenuantes diferentes que por conseguinte improvisam penas diferentes… Temos que ser mais criteriosos com quem escolhemos para nos representar.Esta dita democracia não passa de um atoleimado serviço de carícias para uns e de um valentes pares de coices para todos nós…




JORGE GONÇALVES