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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dona Noémia - Bem-Querer - na minha vida

Nasci em 04 de Março de 1962, na Freguesia de Fornos em Marco de Canaveses… Com treze anos em 16 de Dezembro de 1975, deixo a minha terra natal para me fixar na Freguesia de Lavegadas, na povoação de Sabouga do Concelho de Vila Nova de Poiares. Trinta e seis anos depois, na mesma data – acordo – com o funeral da minha Governanta Dona Noémia. Tinha noventa e nove anos. Nasceu a 04-04-1912. A quatro de Abril de 2012 quando a minha filha Cláudia Rafael fizer 23 anos. A “Mãe da Mi Pátria” faria 100 anos. Um acto insólito como pode ser considerado normal. Mas eu não o vejo assim, interpreto como uma delação histórica. De um dos maiores erros pessoais a que fui induzido na vida. Deixar a minha terra natal. Foram trinta e seis anos de uma omissão que profana o dever de nunca de lá ter saído. Esta Senhora está intrinsecamente ligada a mim. Entre a minha pele: derme e epiderme. Bate no meu coração. Caminha nos meus passos. Esconde-se na minha sombra, para sair em minha defesa. E certamente será o meu “bem-querer” nos fluidos que a vida nos proporciona por telepatia e empatia. Em linguagem popular: “O Meu Anjo da Guarda”. E assim, creio piamente que a minha vida vai mudar. Ela aonde estiver vai fazer o que me fazia no dia 1 de Abril de cada ano em que me lembra ser gente até aos treze anos que lá estive. Atava-me um pedaço de lá vermelha no dedo indicador da mão direita para que soubesse que era o dia das mentiras, para não me deixar enganar. Não queria: - "que o seu menino fosse enxovalhado". Rogo-lhe por favor – esteja aonde estiver – que me assinale os maus prenúncios, as invejas, as ciladas dos meus inimigos e que me ampare a mim e aos meus filhos.


Não tenho palavras para descrever a emoção, e o embaraço em que estou acometido. Estou doridamente desolado. Despojado do conciso da minha essência e convexo da consistência. Os meus filhos não a conheceram pessoalmente só na descrição verbal… mas respeitam-na como um familiar próximo e generoso.


Vivo intensamente o que faço. Considero que possuo uma memória da minha infância, muita vincada e personalizada. Aliás de tudo que vivo. Eu não vivo só por viver…recuso-me ter nascido só para morrer. Sinto que hoje algo fruiu de belo desta sua partida. Entre as minhas lágrimas de tristeza dou provento à imensa alegria de lhe chamar: “A Minha Mãe da Minha Pátria.


(Jó) / ALBERTO DE CANAVEZES